sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Que dia feliz! (Que filme ruim!)

Sabe aquele filme simplesmente genial, que faz você se apaixonar por cinema e que você quer rever inúmeras vezes na sua vida? Pois então, neste blog, você nunca me verá falando sobre esse tipo de filme, pois a minha função aqui é escrever sobre os ruins. Sobre os muito ruins. Sobre os filmes que você recomendaria à babá que te maltratava na sua infância.
O interessante dessa coluna é que quanto mais filmes ruins eu assisto, menos eles parecem ruins o suficiente para merecerem a tag “Filmes para não se ver”. Existe uma lista enorme de filmes nacionais sobre os quais eu gostaria de escrever, mas acabei criando um gosto por descobrir filmes estrangeiros tão ruins quanto. Foi assim que encontrei a comédia italiana “Que dia feliz!” (Che bella giornata!).
Parecemos engraçados? Não somos.
 O que você espera de uma comédia italiana? O mais engraçado sobre os italianos é que eles falam alto e gesticulando, embora essa seja uma caricatura que não foi criada por eles, e você não espera que eles utilizem dessa caricatura num filme nacional. Seria como um filme brasileiro que retratasse um Brasil caricato. Espera, isso existe!
“Que dia feliz!” segue exatamente nessa linha. Pra começo de conversa, o foco principal da história é a religião. Uma bela jovem árabe quer cometer um atentado terrorista contra um dos principais ícones do Catolicismo na Itália, que fica sob a guarda de Checco, nosso protagonista. Ótimo, agora alguém me responda: de que cabeça saiu a idéia de fazer uma comédia a partir de um atentado terrorista motivado por questões religiosas?
Qualquer coisa pode virar piada, bem sei dessa verdade. Mas existem temáticas que são um pouco complicadas, e precisam de alguém realmente bom para que fiquem, de fato, engraçadas. Obviamente, “Que dia feliz!” não conseguiu isso. E, gente!, um atentado religioso na Itália! Esse é um risco real que os italianos correm, mais real do que para outras nações. Se eu morasse na Itália e assistisse a esse filme, passaria a rezar cada vez mais em casa. (Ok, piada péssima, próximo parágrafo.)
O elenco é razoável, mas todos os personagens são um saco, exceto o tio do Checco, que é um personagem intencionalmente chato, e por isso é o único cativante – e ele aparece pouco, poderia ter salvado o filme. A trilha sonora é realmente péssima. Tentaram colocar uma música cantada por Checco, com uma letra que deveria ser engraçada, mas que me fez sentir vergonha alheia pelo EPIC FAIL. A terrorista (preciso contar que ela tenta seduzir Checco, mas acaba se encantando por ele e desiste de cometer o atentado? O único diferencial é que eles não ficam juntos, pois ela volta à terra natal) parece uma songa-monga – e não me refiro a aspectos físicos. Como o parênteses anterior evidenciou, a história é previsível o suficiente para que você, leitor(a), não pense: “ah, mas a história deve ser interessante, vou assistir!”.
Eu sei que você fica curioso(a) para assistir os filmes dessa seção. Às vezes podem ter filmes que são tão ruins que valem a pena que a gente assista, nem que seja para rir do ridículo ou pensar “se conseguiram produzir essa porcaria, eu também posso fazer um filme!”. Tudo bem, eu entendo. Mas esse não, por favor. Esse não!
*Sim, esse filme foi recorde de bilheteria na Itália. Continuo achando um dos piores que já vi na vida mesmo assim.

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