domingo, 20 de dezembro de 2009

Amores Possíveis



É engraçado como por trás da maioria dos filmes dos quais eu falo e os desenhos que faço tem uma história inusitada. E dessas histórias eu acredito que a de Amores Possíveis seja a mais curiosa. O lance todo começou há cerca de 2, 3 anos, nunca tenho certeza. Tinha acabado de conhecer uma certa menina, louca, estranha , a qual eu nunca imaginaria que ficaria tão amigo. Pois bem, certa madrugada eu conversava com a tal e ela resolveu ligar a cam. Entre ataques histéricos e gritos estranhos, no fundo da cena, a TV estava ligada na GLOBO e passava um tal "Amores Possíveis", com Murilo Benício e Carolina Ferraz. Aquilo ficou marcado pra ambos. Ela tentou, sem sucesso, achar o filme na locadora, enquanto eu fiquei apenas na curiosidade de como aquela trama iria se desenrolar. Pois essa semana, mas precisamente na sexta, eu resolvi procurar o filme na internet. Achei por torrent, baixei.Foi quando a maledita me diz que, enfim, achou o filme em uma locadora e locou. Cada um do seu jeito, cada qual no seu lugar, enfim, com um atraso de anos, assistimos ao bendito filme.

Interessantemente divertido. A produção é nacional, do ano de 2001, conta com, além dos já supracitados protagonistas, alguns outros nomes conhecidos. A história gira em torno de Carlos (Benício) e começa com ele, há 15 anos, esperando uma garota ( Ferraz) no cinema, garota essa que nunca foi e deixou o cara lá, chupando dedo. 15 anos depois, o filme nos apresenta três versões do que pode ter ocorrido com Carlos após o incidente. Preciso destacar que a idéia de brincar com possibilidades diante de um fato ocorrido são bem atrativas pra mim, se o filme já começa com essa idéia garante alguns pontos comigo. E lá vamos nós para as três versões:
Na primeira Carlos, agora casado com outra mulher, é um advogado de sucesso, mas aquela garota, aquela que foi sua primeira grande paixão, volta no seu presente pra balançar os alicerces de seu casamento baseado no conformismo. Na segunda, e mais estranha, o Carlos manteve um relacionamento com Julia (a garota do cinema) e isso resultou em um filho, mas o Carlos parece que descobriu não ser muito fã da coisa e larga sua mulher para se relacionar com um cara (whatafuck?), mas as lembranças de Julia ainda não sairam totalmente do seu consciente. Na terceira, e mais divertida, Carlos é um cara solteiro, que vive com a mãe, levando uma vida regada a mulheres e mais mulheres, justificado pelo fato de que, segundo ele, ainda não encontrou a mulher perfeita.As coisas mudam quando ele reencontra Julia. O Murilo realmente me surpreendeu, o cara consegue atuar em três papeis diferentes, sendo que ele é o mesmo cara, porém modificado por certas circunstâncias. Não é só o cabelo, o cara realmente assume uma postura diferente em cada Carlos que ele faz, seja o advogado do casamento apático ou o fanfarrão caricato e engraçadíssimo que mora com sua mãe, protagonizando ótimas cenas. As Julia's também tem suas mudanças, destaco a da segunda versão, que consegue transparecer bem a situação desoladora em que a personagem se encontra. Os outros personagens também atuam muito bem. Temos a Irene Ravache no papel da mãe do Carlos e uma pequena participação da Drica Moraes. A história é muito bem elaborada, gostei mesmo. Te faz esperar pelos próximos passos daquelas três histórias tão distintas, mas ligadas pelos mesmos protagonistas.




A trilha sonora também foi bem escolhida. Temos Bossa Nova e, no final, somos apresentados a uma música extremamente viciante do Paulinho Moska, chamada, não por acaso, de "amores possíveis". Você pode encontrar no filme alguns vícios clássicos do cinema nacional. Temos personagens fumando feito caiporas além das famosas cenas de sexo, porém, talvez pelo filme ser de 2001, ou pelo perfil da diretora Sandra Werneck, não vemos a influência daquela onda chamada "Cidade de Deus", que fez com que vários filmes posteriores se fixassem na violência, favelas e os outros problemas urbanos. O que temos é filme romântico, com toques de comédia, que convence e faz bem seu serviço. Se você estiver em busca de um cinema nacional bem feito, vale se arriscar, eu gostei. Difícil vai ser achar em alguma locadora, mas nada que o torrent não resolva.

2 comentários:

Macedo disse...

De fato só o torrent para encontrar as coisas quase ''impossíveis'' XD me considero uma garota de sorte. Hauisih. Escreveu no ponto, como sempre, e canso de dizer =). Tb gostei muito do filme e isso é uma coisa bem difícil, gostar de algum filme ''nacional''...
^^

Anônimo disse...

É facílimo gostar de um filme nacional; há filmes ótimos produzidos. O problema é que não há cultura em nosso país, a que parca que tem, está minguando lentamente com o senso comum que enriquece celebridades burras. Infelizmente.

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