quinta-feira, 5 de julho de 2012

Batman: Ano um

Gênero: Animação/Ação/Aventura
Direção: Lauren Montgomery e Sam Liu
Ano: 2011

Eu realmente precisava assistir algo de qualidade superior, que me tirasse desse exílio de boas produções e acabasse com minha jornada por filmes tenebrosos. A Garota da Capa Vermelha seguida por Fúria de Titãs 2¹ é uma dobradinha que eu não desejo para nenhum desafeto (se é que eu tenha algo do tipo, não me recordo). E eis que surge então, essa maravilhosa animação, adaptada da mente genial do conceituado Frank Miller, autor de outras graphic novels de sucesso como Sin City e 300.
Batman: Ano um é impressionante pela profundidade cedida aos seus personagens, não apenas o famoso e milionário Bruce Wayne, mas, e eu diria até principalmente, de Jim Gordon. Vamos entender isso melhor.
O filme é uma adaptação da obra original, publicada em 1987 e, mesmo com tanto tempo, continua atual na problemática abordada. Gothan City é um centro de perdição, promiscuidade e toda a sujeira que uma grande cidade pode demonstrar e esconder, pode parecer um reduto estereotipado, mas se você olhar profundamente irá encontrar a realidade de suas entrelinhas. Acompanhamos a dualidade de dois protagonistas: um Bruce Wayne que retornou de sua longa temporada longe de Gothan, com um senso urgente de mudança da situação, porém igualmente repleto de dúvidas sobre o seu papel nesse cenário e em como intervir; Jim Gordon representando um policial de caráter ímpar, porém sujeito às mesmas tentações e falhas que todos os homens, recém-transferido para a cidade, cuja mulher está grávida e seu ambiente profissional está imerso em corrupção e obscuridade, buscando se manter íntegro em meio a tudo isso.
 E é acompanhando a trajetória desses dois homens tão distintos, porém unidos por um propósito maior, que a animação se desenrola, revelando as nuances de suas personalidades em uma narração noir que, particularmente, muito me agrada. O traço do desenhista é excelente, o que é de se esperar de todas as animações da Warner que envolvem o universo da DC Comics. Como ser um pilar de honestidade e mudança em um mundo submerso na escuridão? Qual é o limite entre o certo e errado, digo mais, até que ponto os fins justificam os meios?
Batman: Ano um salvou o meu mês. Funciona como um ótimo aquecimento se você está no aguardo de The Dark Knight Rises, a última parte da saga do Homem Morcego dirigida pelo Christopher Nolan. Eu estou.

¹ Eu me recuso a escrever um texto sobre Fúria de Titãs 2. É ruim DEMAIS pra isso. Eu defendi tanto o primeiro filme contra as hordas de críticas, mas esse aqui merece a fogueira do esquecimento.

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