Gênero: Drama/Ficção
Direção: Mark Romanek
Ano: 2011
Não me abandone jamais foi uma das três indicações feitas por uma amiga de conversas longas, desconexas e esporádicas, porém interessantes. Indicações anteriores haviam obtido certo êxito, logo apostei minhas fichas na repetição do resultado. A conclusão não poderia ser diferente: uma produção ímpar, peculiar e estranha, assim como a pessoa que recomendou. E se você estiver lendo isso, SIM, você é estranha =D
Ainda criança, Khaty é uma garota que vive em uma escola particular na Inglaterra, sempre ao lado de seus amigos, Ruth e Tommy, na qual os alunos não tem contato com o mundo exterior e eram educados com o pensamento de que formavam um grupo de pessoas especiais, com um desígnio importante para o mundo. Após alguns anos, agora jovens, Kathy (Carey Mulligan), Ruth (Keira Knightley) e Tommy (Andrew Garfield) se reencontram em uma perspectiva totalmente diferente do futuro, no qual a nostalgia do passado paira e o conformismo em relação ao destino se mostra como uma cruel ferramente na vida destes indivíduos.
A depressão chegou, sentou na poltrona, pediu pipoca e não foi mais embora! Falar que é triste seria chover no molhado. Trilha sonora melancólica, atmosfera fria, semblantes que exalam a falta de perspectiva e olhos que te levam pra o fundo do buraco. [SPOILER] Sinceramente, mesmo se tratanto de uma ficção, é difícil imaginar uma sociedade em que pessoas seriam criadas apenas para intuitos tão obscuros. O mais absurdo de tudo é o modo como a situação é encarada com normalidade e de um jeito tranquilo tanto pelos participantes, como por aqueles responsáveis pelo serviço. É um filme, eu sei, mas não consegui digerir uma ideia tão absurda, não vejo futuro pra uma humanidade com essa linha de raciocínio.[/SPOILER]
No mais, uma Keira Knightley intepretando a jovem Ruth, irreconhecível, de um modo extremamente positivo e uma ressalva pra essa tradução do título original (Never Let Me Go), sem querer ser muito chato (se é que isso se torna possível):
Never let me go = Nunca deixe-me ir
O que, olhando rapidamente, seria quase um sinônimo de "Não Me Abandone Jamais", porém vejo uma grande diferença entre "pedir que ALGUÉM não me abandone" e "pedir pra que ela não deixe que EU vá", neste caso EU seria o sujeito que tomaria a iniciativa da partida. É um conceito até besta, mas eu acho que casa com as circunstâncias apresentadas na produção. Alguém mais concorda?
Os questionamentos acerca da tomada de decisões por parte dos personagens sobre como reagir em determinadas circunstâncias, sem dúvidas, impulsionam discussões interessantes acerca do comportamento humano, certamente um prato cheio para os psicólogos behavioristas.
E os bons filmes fazem isso, sucitam debates. Longe de ser um dos meus favoritos, visto que não sou o maior fã de dramas, a produção cumpre bem o seu papel de despertar o telespectador para um atitude reflexiva em vários aspectos da essência humana. Afinal, quanto tempo nós temos?
quinta-feira, 22 de setembro de 2011
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