sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Ergo Proxy


É uma audácia gigantesca a idéia de analisar Ergo Proxy (EP), um anime ultra sombrio. Em vários aspectos. Pensando bem, o termo certo não seria "audácia" e sim "burrice". Assisti EP completo apenas uma vez e afirmo, com toda convicção, que é quase impossível compreender toda a complexidade do enredo deste modo, tanto que recentemente tenho revisto alguns episódios e me surpreendido com detalhes que antes passaram desapercebidos. Enfim, o que você irá ler é uma tentativa inútil de descrever o que realmente fascina em Ergo ( li uns trocentos artigos wikipedianos sobre filósofos e cientistas e alguns tópicos na comunidade do orkut pra deixar a informação mais coerente).


O anime já começa impactando com uma frase que Michelângelo lançou em resposta ao epígramo de Strozzi (procurei o que é o tal epígramo ou então esse epígramo em questão e não achei nada :\ ):


"Bem vindo seja o sono, mais bem vindo o sono de pedra. Enquanto o crime e a vergonha permanecem em terra; Minha grande sorte, não ver ou ouvir; Não me acordem - por piedade, falem baixo."
Só isso já prendeu minha atenção para o resto do episódio. É algo tão marcante que toda análise que você achar de EP na internet vai começar com ela, pode testar aí no Google.

Tentativa de sinopse: A trama se inicia em Romdo, um domo futurístico de alta tecnologia onde os cidadão são incessantemente motivados ao consumismo e convivem com andróides que executam as mais diversas funções, chamados de autoreivs. Romdo é o paraíso. Não para Re-l, a jovem protagonista da trama. Ela acha todo aquele perfeccionismo entendiantemente irritante. Re-l é neta do regente da cidade, um ancião chamado Donov que governa toda a cidade ao lado de um conselho composto por alguns poucos membros ( Todos eles com nomes de filósofos.As referências ao mundo intelectual mal começaram. Para mais curiosidades e referências acessem esse artigo do wikipédia aqui ó!). A jovem trabalha no dpt° de polícia, e ao lado de Iggy, seu autoreiv, investiga diversos incidentes ocorridos com robôs infectados com um vírus chamado de Cogito ( do latim, penso) que faz os robôs adquirirem vontade própria, ou alma, como dizem alguns personagens. Como se já não bastasse tudo isso, o aparecimento de uma estranha criatura, Proxy, parece ter íntima relação com um imigrante local, Vincent Law.

Na essência é isso. Ao lado de Cowboy Bebop, com sua trilha f*dasticamente fantástica e uma história bem legal; e Gankutsuou, a adaptação do Conde de Monte Cristo, que revolucionou o modo de animação; coloco Ergo Proxy no patamar de anime revolucionário. A relação que ele tem com filosofia, religião e sociedade dava umas dez teses de doutorado. Cada personagem possue, como dizem no anime, uma raison d'être ( expressão francesa que significa "razão de ser, viver"), o que o motiva em suas ambições e perspectivas. A busca pela verdade, mesmo que essa não traga a tão sonhada felicidade, o conhecimento sobre si próprio e um mundo de farsas. Tudo cabe em Ergo Proxy. O gráfico possui uma beleza única, apesar de ser extremamente escuro ( eu não brinquei quando disse que ele é sombrio em vários aspectos).
Em alguns momentos a trama parece emperrada, sem sentido, mas as coisas se ajeitam com o tempo. Quer assistir pancadaria sem sentido? Vá ver Naruto. Quer botar o cérebro pra funcionar? Ergo Proxy na cabeça! EP também revolucionou ao fugir do tradicional JRock/Pop na suas opening e ending. A abertura é a fabulosa Kiri, da Monoral, e o encerramento ficou por conta de Paranoid Android, da banda inglesa Radiohead ( a letra dessa tem muitas relações com a trama do anime, recomendo que leiam a tradução).
Portanto, Ergo Proxy é altamente recomendado para pessoas que gostam de tramas muito bem elaboradas e que te deixam o dia inteiro pensando em determinados momentos do episódio assistido. São só 22 episódios, vale muito e o final é um dos mais surpreendentes que já assisti.


PS1: Fiquem de olho na autoreiv Pino, ela talvez seja, na minha opinião, a melhor personagem da história.
Ps2: O episódio 15 é super louco, beira a insanidade. Parece totalmente desconexo, mas com o fim da história ele vai ser de grande utilidade para que você entenda tudo.

3 comentários:

Anônimo disse...

Ergo Proxy é um bom anime mesmo(só no início que eu não me empolguei muito). A Personagem que eu mais gostei foi a Re-1 (Eu me identifiquei com o jeito de pensar que ela tem). Vários capítulos me fizeram pensar bastante, e confesso que não entendi tudo.
Mas no geral valeu a pena. ^^

boa análise. o/

Pedro Rodrigues disse...

o episódio 15 na verdade explica um mnte de coisa sobre a criação do proxy.E é o único episódio se nao me engano que consegue explicar os minutos finais do anime.prestem bem atenção no boomerang project ^^

Leonardo disse...

Eu gostei muito do anime, confesso que entendi pouca coisa e fiquei na dúvida sobre várias questões. Eu irei rever o anime até entender. Gostei da frase:
"Quer assistir pancadaria sem sentido? Vá ver Naruto. Quer botar o cérebro pra funcionar? Ergo Proxy na cabeça!"
EP é muito bom mesmo, faz a gente refletir sobre várias coisas, vamos colocar a cabeça para funcionar gente ;D

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