Pertubador. Revolucionário.Talvez este seja um ótimo começo de conversa quando o assunto é Distrito 9. O filme foi lançado este ano, e em meio a tantos virais e cartazes não vemos nenhum ator conhecido, a produção se passa na África do Sul e, se eu não li errado, é o primeiro roteiro deste diretor e a estréia do ator protagonista. Tinha tudo pra ser algo épico ou então um fail total. É difícil afirmar com plena convicção, pois com certeza é um filme que divide opiniões bem antagônicas, mas, se o seu gosto pra filmes for parecido com o meu, te garanto que são duas horas de uma experiência nova e assustadora sobre as relações humanas .
A temática do filme, embora envolva alienígenas, não está nada relacionada a uma invasão ou coisa do gênero. Somos apresentados a uma situação inusitada. Em Johannesburgo, África do Sul, uma nave extraterreste paira sobre o ar. Ao que parece, ela apresentou alguns defeitos, e os alienígenas foram obrigados a parar. Uma equipe terráquea adentra na nave e encontra os alíens desnutridos e com inúmeros problemas, estes então são remanejados para um local na cidade criando uma espécie de favela, onde os ETs são segregados. Alguma relação entre África do Sul, Apartheid e segregação? É, as escolhas não foram ao acaso. Enfim, somos apresentados a áliens de um modo como nunca vimos. Eles vivem em favelas, são tratados como inferiores (apelidados de Camarões) e ficam em permanente vigilância. 20 anos após a chegada da nave, conhecemos o protagonista, Wikus Van De Merwe (Sharlto Copley). Juro que terminei o filme sem lembrar nem do primeiro nome do cara, é muito exótico. Wikus é um funcionário estatal de um setor que cuida da presença dos áliens na cidade, ele foi designado como coordenador da ação de remanejamento dos camarões para outro lugar, um que lembra facilmente um campo de concentração.
E é durante essa ação de remanejamento que a história toma um rumo totalmente inesperado. INESPERADO MESMO! O modo como o filme é conduzido, mesclando entrevistas, reportagens, imagens amadoras, nos dá uma sensação absurda de realidade. Sabemos que áliens não estão aqui, mas durante o filme nos permitimos imaginar. A primeira imagem dos ETs é repugnante. Eles parecem gafanhotos gigantes ou alguma bizarrice do tipo, mas com o tempo você acaba se acostumando com o visual e, em certo momento, você chega a se afeiçoar pela situação em que eles se encontram. Apesar da temática "álien" muitos paralelos entre conflitos humanos podem ser feitos. Vemos em Wikus a essência humana. Aquela arrogante e egoísta, mas que, em algum momento, apresenta um "quê" de compaixão, o que, de certo modo, define nossa humanidade. Temos uma série de outros personagens, como a mulher de Wikus, o seu sogro-patrão e até a representação dos militares, todos atuam bem. Como em toda favela que se preze, temos os traficantes, representados pelos nigerianos, mas não são bem "drogas" que eles traficam. Na verdade, o grande interesse de todos nos áliens consiste nas armas que eles possuem, mas que, de algum modo, só funcionam nas mão dos seus criadores. Tudo consiste em poder, na busca dele. O Sharlto Copley tem uma atuação absurda, ótima mesmo. O cara me convenceu de que ele é o Wikus, ótima estréia. Temos também um grande representante dos extraterrestres, o Christopher Johnson, que se mostra mais "humano" do que muitos de nossa espécie, tavez seja até o personagem mais humanizado.Reviravoltas, suspense e cenas de tirar o fôlego. Distrito 9 é um "ou me ama ou me odeia".
Roteiro original, ótimas atuações e um final extupendo. Há quem o critique por começar com uma idéia alternativa e cair na linha de um blockbuster. Esqueceram de algo: os blockbuster são os que nos divertem! O filme mescla ideologias, dramas pessoais e conflitos sociais com ação, explosões e outras tantas coisas que amamos tanto. Sabe de uma? Recomendo facilmente.
segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
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2 comentários:
Opa, muito obrigada!
Se eu passar. 10% é mérito do teu comentário!
ahushuahsuhauhsua
Abraço ;*
tenho que ver esse...
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