sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Gamer


Salve, salve! Após um período de criatividade estática, em que eu não conseguia desenhar nem um stickman (boneco palito) ou escrever uma frase nesse blog, as musas da inspiração voltaram a frequentar essa minha mente pertubada fértil. Na minha lista de espera existem alguns filmes que pretendo assistir e comentar aqui, como é o caso da comédia Trovão Tropical (com Ben Stiller e Robert Downey Jr.) e  do thriller Trama Internacional, filme que conta com o motherfucker Clive Owen e a maravilhosa Naomi Watts ( O Chamado). Mas ao término de Gamer, filme do qual falarei nesse post, cheguei a uma conclusão digna do Capitão Óbvio:
Um elenco estrelado não garante um filme se o roteiro for desastroso.
Esse é o caso de Gamer, que vem figurando na ponta dos piores filmes que assisti em 2010. Certa vez uma amiga me disse que pra eu apurar o meu senso crítico deveria assistir mais filmes ruins. Ela estava certa, filmes péssimos servem pra nortear seus parâmetros de classificação, mas é claro que não devem ser assistidos com frequência (não assistia há uma bomba como esta desde o fatídico Max Payne).
E eu fico aqui com a pergunta: Como começo a falar de um filme do qual não consegui extrair UMA coisa boa? Bem, vou me esforçar ao máximo pra ser coerente e imparcial no meu julgo. *mentira*
Vou começar pela trama. Não vou me dar ao trabalho de criar uma sinopse pra isso, retirei essa do ADORO CINEMA:

Um novo jogo de videogame é a grande febre do momento. Através dele milhões de internautas podem assistir um grupo de condenados lutando para sobreviver como se fossem personagens virtuais, sendo controlados por jogadores. Kable (Gerard Butler) é a grande estrela do jogo, sendo comandado por um adolescente. Em meio à batalha, Kable precisa usar suas habilidades para vencer o jogo e derrubar o sistema que o aprisiona.


Não existem palavras pra descrever como o roteiro é péssimo! A história é tão vazia, frenética e desconexa que você não consegue se afeiçoar a UM personagem, tanto que se caísse uma bomba e todos eles morressem instantaneamente você não sentiria a mínima falta ou pena deles. Os diálogos (ou melhor, a AUSÊNCIA de diálogos) são ridículos. No começo do filme somos bombardeados com cenas de ação do tal jogo citado no filme e um jogo de câmeras tão estranho que oscilava um ritmo rápido e confuso com algumas "travadas" na cena que davam muita raiva. Como já falei anteriormente, os diálogos são bem escassos e muito mal trabalhados.Você não consegue construir uma imagem dos personagens, as informações são muito superficiais. Não sei se existem aqui alguns leitores saudosistas dos jogos de Super Nintendo, mas a história do filme lembra muito um certo cartucho de SNES, chamado Super Smash TV e eu detesto tanto esse filme quanto detestava aquele jogo! O Gerard Butler tinha meu respeito, pois interpretou o lendário Leônidas em 300, um filme que gostei bastante.Em Código de Conduta, filme com história mediana, ele roubou a cena com sua ótima atuação, mas seu personagem teve uma evolução triste. Em Gamer não posso culpa-lo. Seu personagem vazio, que esboça algumas lembranças de seu passado antes da prisão, com mulher e filha, não consegue criar em nós uma afeição, talvez um sentimento de misericórdia pela condição triste que ele se encontra. Você não se afeiçoa pelo protagonista nem antipatiza pelo antagonista, vivido pelo ótimo ator, Michael C. Hall (protagonista da série que mais gosto atualmente, Dexter). O Michael é um excelente ator, mas o seu personagem é uma versão caricata do vilão empresário com sede de dominação mundial. Ele interpreta Ken Castle, o bilhardário (como diria Chicó) criador de Slayers, o jogo que utiliza os presidiários como personagens de um jogo em que aquele que sobreviver a 30 sessões será libertado. A sua empresa também criou um jogo que é uma espécie de Second Life, só que muito mais bizarro. Por falar em bizarro, Gamer inspira alguns momentos, realmente, nojentos e desprezíveis. Os Humanz, grupo que luta contra o totalitarismo das empresas de Kastle nem merecem a citação aqui, a participação deles parece ser apenas um modo de "tapar o buraco" pra justificar o roteiro non sense. Como eu falei anteriormente, mesmo um roteiro estrelado não consegue segurar uma história ridícula. Temos grandes nomes mesmo, como o próprio Gerard Butle, o talentoso Michael C. Hall, John Leguizamo( protagonista do clássico da Sessão da Tarde, O Peste, e também fez uma ótima participação em ER-Plantão Médico), Terry Crews (pobre Julius de Todo Mundo Odeia o Chris, seu papel é ridículo, assim como o do Milo Ventimiglia, protagonista da série Heroes). Não há um momento do filme que se salve.Nem as cenas de ação são boas devido ao modo estranho como a câmera foi operada. Até tentaria destacar uma cena, próxima ao final, em que o Kable faz uma dancinha esquisita, mas acho melhor deixar pra lá. Acredito que já gastei espaço demais aqui falando de algo que não o merece. Em suma, corra de Gamer! Corra Forest, corra!

2 comentários:

Torres, AJ disse...

Eai Rafa, beleza?

Cara, eu conheci seu Blog no mesmo dia em que postei esse comentário. Você é bom com reviews! Juro, tem uma vaga titular nos meus favoritos.

Agora, acho que você escorregou um pouco na hora de avaliar "GAMER".

Concordo que não são (só) os atores que fazem um bom filme. Porém o enredo não pareça tão "idiota" se você encará-lo como uma crítica a sociedade moderna (Aquele papo da hiper-banalização da vida humana, da decadência dos valores éticos e morais e blá blá blá).

A temática vai além do tipo
"Caramba, que legal! Posso controlar um carinha de carne e osso do meu computador! Puxa-vida, que divertido! Olha, veja!! Ele explodiu em uma nuvem de carne moída...".

O filme não é só carnificina, sacanagem e explosões. Ele é um jeito sutil de dizer "Hey, idiota, o tênis bacana que você comprou foi feito por crianças chinesas que trabalham ilegalmente em fábricas frias e escuras para sobreviverem". Algo como o "homem é o lobo do próprio homem", entende?

Só isso :)

Valeu cara, abraço!!


obs: Também odiei a escalação do Julius para o papel de máquina mortífera do mal.

Rafa Cruz disse...

Opa, primeiramente quero agradecer pelo seu comentário, volte sempre!
Quanto ao filme, sinceramente não consegui me ater a questão reflexiva, acredito que a minha total falta de identificação e o desinteresse inicial fez com que não conseguisse enxergar nada de positivo (se bem que sua citação de Hobbes caiu bem na discussão). É um filme de extremos. Muitas pessoas possuem uma visão parecida com a sua, enquanto outras simplesmente destestaram tudo que viram. Ficamos em extremos opostos, rs.

Obrigado pela visita, gostei dos seus textos, você escreve bem pra caramba e de uma forma descontraída.
Abraço!

Postar um comentário