Certas produções são muito valorizadas. Algumas até mais do que merecem. Bem, havia lido em alguns sites especializados sobre uma certa produção nacional, feita por um estudante de cinema da PUC e com um orçamento bem modesto. Não me interessei em ler o texto na íntegra. Não vi trailer, imagens, nada, logo não posso dizer que minha opinião foi influenciada por alguma ideia externa.Ultimamente meu tempo estava tão escasso que assistir a um simples filme se tornou uma atividade surpreendente. Mas as provas foram passando, ao menos as mais complexas, e consegui encontrar um espaço pra ver alguma coisa.
Sinceramente não sei o porquê de lembrar daquele filme, aquele lá, cujo post nem me interessou tanto, mas foi ele que eu escolhi.Após os 80 minutos de duração eu não conseguia expressar quão enorme era o grau de satisfação que eu sentia. Sério, minha euforia não poderia ser descrita, muito menos sentida por outra pessoa. Fui tomado por um turbilhão de sensações, o qual eu não conseguia expressar tão fielmente aos meus amigos no msn. Só sei que sai freneticamente indicando APENAS O FIM pra uma série de pessoas, mas com um gás tão grande que algumas provavelmente não entenderam bem. Se esse texto fosse escrito ontem a noite provavelmente viria embargado de uma série de descritivos inéditos. APENAS O FIM não é APENAS um filme. É o retrato de uma geração. Aquela geração que hoje conta com marmanjos e moças entre 18 -30 anos.Aquela geração na qual eu me incluo.
O filme é basicamente um grande diálogo intercalado por alguns flashbacks. Na trama, a protagonista vivida pela excelente Érika Mader, por uma série de motivos que não cabe citar aqui, decide ir embora.Mas antes ela procura seu namorado, protagonizado pelo talentoso e cômico Gregório Duviver, o avisa da sua decisão e o chama pra uma conversa que deve durar cerca de uma hora.E é assim que tem início um grande passeio pela década de 90, anos 2000 e a cultura pop que tanto nos influenciou. Além claro, de ser uma grande produção sobre relacionamentos e como nos comportamos diante dos desafios da atualidade.Se eu tivesse a oportunidade, com certeza, agradeceria bastante a Matheus Sousa, o jovem diretor e roteirista desta que é, na minha opinião, o melhor filme nacional que já vi. Mas por quê? Ele não precisa se apoiar naquele, já gasto, tripé do cinema nacional, que consiste em SEXO-VIOLÊNCIA-POBREZA.
Não, se você está em busca de peitinhos e tiros na cara, pode esquecer.O que o Matheus faz de tão genial é projetar em seus personagens um pouco de cada um de nós. Sim, dificilmente você não se identificará com alguns aspectos deles. Suas aspirações, seus sonhos, projeções de futuro. Nos deparamos com um retrato da pessoa que sempre busca algo, mesmo que esta não saiba do que se trata, e por isso vive com algumas lacunas em sua vida.Pra alguns o mundo é, simplesmente, pequeno demais. Não vemos jovens se divertindo em bailes estudantis e comendo waffles no café. Não, essa não é nossa realidade. O que constatamos são pessoas que conversam sobre boybands, orkut, pokemons e Power Rangers favoritos.Simplesmente uma sessão nostalgia, uma viagem através da vida de cada um de nós. O filme é muito inteligente, mas não é aquela produção em que você não entende nada com nada. É altamente fácil de compreender, além de ser recheado de bom humor e diálogos fascinantes. Na moral, um filme que basicamente se resume a uma grande conversa precisa de um ótimo roteiro. E é isso que encontramos.Nem por um segundo a história perdeu sua naturalidade e fluidez.Nem preciso dizer que APENAS O FIM arrebatou uma série de prêmios e nota máxima nos mais conhecidos redutos pops sobre cinema da internet brasileira (Judão e Omelete). Contamos com algumas participações de pessoas conhecidas, como Natália Dill (a santinha *_*) e Marcelo Adnet.Ah, e os habitantes de uma certa cidade no sul da Bahia se surpreenderão com uma determinada citação (haha, não vou falar mais pra não estragar a surpresa).
A trilha sonora casa perfeitamente com o que foi proposto, nos proporcionando uma sonoridade bem agradável. Me prolongar aqui seria inútil, basta a constatação de que APENAS O FIM foi o melhor filme que conferi esse ano. Talvez pessoas que não tenham tanto interesse na cultura pop ou que não tenham vivido esta mesma geração não sintam a tamanha gratidão que aqueles que participaram ao assistir irão sentir. Ainda assim fica como um ótimo filme pra todas as pessoas que apreciem diálogos rápidos e inteligentes. Obrigado Matheus, seu trabalho foi o gol de honra de toda uma população.Espero que seus próximos trabalhos sejam igualmente sensacionais.
PS1: O filme foi orçado em, aproximadamente 8 mil reais e a grana foi obtida através de uma rifa de uma garrafa de uísque. E pensar que isso não paga nem um carro que explode numa cena de 2 s em qualquer filme de ação por aí.Vida longa aos ótimos roteiros.
PS2: Existe uma cena após os créditos!
PS3: Preciso de um pra jogar God of War 3 =D (sacou? PS3, Playstation 3? Tá, foi péssima!)
PS4: Érika Mader é sobrinha de Mallu Mader. Sabe o que isso significa? Nada.
PS5: São filmes como esse que me dão vontade de continuar com esse blog.
domingo, 4 de abril de 2010
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3 comentários:
Eu ri alto no PS3 e no PS4.
Tô rindo até agora.
Eu perdi o link do download, me dá de novo.
"Ah, e os habitantes de uma certa cidade no sul da Bahia se surpreenderão com uma determinada citação (haha, não vou falar mais pra não estragar a surpresa)"
eu pensando que era coisa boa! se tivessem feito outra citação próxima, eu ia ficar chocada e parar de ver o filme na hora, haha!
você ficou com um sentimento duplo? de um final incompleto, mas correto porque afinal é isso mesmo, apenas o fim...sem uma cena marcante com mil possibilidades de leitura, mas ao mesmo tempo foi isso..?
Putz, fiz um comentário gigante e deu pai.
Man, acredite, fiz um comentário legal, cheio de coisas mas deu preguiças de escrever novamente.
Vamos ficar com sim, esse filme é foda demais.
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