sábado, 30 de abril de 2011

Um monstro chamado Expectativa


- A expectativa o demônio é! - já dizia um amigo meu.


Eu havia passado por um daqueles debates sem significância realizados na comunidade do seriado Community (comunidade de Community, isso soa engraçado) sobre o episódio 2x19 ( Critical Film Studies).  A ação promocional indicava que o capítulo faria uma sátira da cultuada obra de Tarantino, Pulp Fiction, mostrando imagens dos protagonistas caracterizados como os personagens da reverenciada obra do mestre Quentin.
A expectativa era grande, mas foi toda por água abaixo depois dos quase vinte minutos de duração. Não vou entrar em detalhes, mas o que parecia caminhar para algo épico tornou-se um fail total. E é nesse cenário que sou introduzido ao tópico de debate no orkut, manifestando toda minha frustração com o fato apresentando esse discurso supracitado. Eis que em todo esse cenário caótico surgem defensores da ideia de que a expectativa nunca é boa.

Afinal, o que querem as mulheres? qual o real papel da expectativa no mundo cinematográfico?

Gostei da expressão que denomina expectativa como a "esperança fundada em promessas". Diariamente nos são feitas as mais diversas promessas. A promessa de um bom resultado após o término da prova, a esperança da garantia de um emprego ao concluir a graduação. Pensando bem, nossa vida é permeada por expectativas e cobranças, mas esse seria o tema para um outro texto.
A expectativa em torno de um determinado filme cria uma espécie de aura de euforia e êxtase nos momentos que antecedem a oportunidade de conferir a obra. A simples menção da presença de diretores como Chris Nolan ou Martin Scorcese deixa em polvorosa meio mundo de pessoas! Mas e quando nossas ânsias não são supridas? Ou quando, pelo contrário, não esperamos absolutamente NADA de um material e ele, genialmente, nos surpreende? Essa última situação é fruto único da falta de expectativa em relação à uma produção e já aconteceu várias vezes comigo. Fui conferir Meu Malvado Favorito no cinema sem o menor interesse e fui surpreendido por um filme bem divertido. De modo semelhante assisti o excelente Lunar, o chocante Réquiem para um Sonho e o emocionante Adeus Lenin!.




Diante de tudo isso fico tentado a me aliar ao Lado Negro da Força e mudar de opinião.

Perante tantos trailers, teasers, campanhas virais e posters divulgados pelo departamento de marketing fica difícil manter sua opinião neutra sobre um dado longa-metragem antes de seu lançamento. É uma experiência realmente interessante assistir algo com a mente totalmente limpa, sem a presença de influências externas. Existem até aqueles que preferem nem ler a sinopse do filme que estão prestes a assistir. Entretanto, me sinto agora na obrigação de abordar o outro lado da moeda. E quando a expectativa funciona? Sabe quando você espera muito de uma obra e ela te recompensa com uma qualidade ainda superior ao que se esperava? É incrível, prazeroso. Fui conferir A Origem esperando algo maestral e fui presenteado exatamente com isso!

Enfim, após toda essa análise minuciosa chego a conclusão de que... não há um consenso na questão!
Acredito que não se pode adotar uma postura extremista em relação a criar ou não expectativas. Pessoalmente, chego a conclusão de que, ao menos esporadicamente, é ótimo conferir algo sem toda a bagagem publicitária que a envolve. O resultado pode ser uma surpreendente e deliciosa viagem por mundos não explorados e territórios ainda selvagens na formação do caráter de um verdadeiro cinéfilo.

1 comentários:

Dayane Abreu disse...

Afinal, o que querem..ehr, digo, para quê criar expectativas que não serão correspondidas? Não da parte dos espectadores, mas da parte dos produtores. É como diz um amigo meu: "Com aquilo que promete, cumpra."
Se não pode cumprir, não prometa!
A não ser, é claro, que você esteja mais interessado em ganhar dinheiro a curto prazo do que preocupado com a frustação dos espectadores iludidos.


Descobri hoje que existe um link p/ o meu blog aqui. Pare de ler aquela porcaria!

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