domingo, 9 de maio de 2010

Adeus Lenin!

Ah, o cinema alemão!Depois de me maravilhar com a capacidade dos suecos de surpreender em uma produção chegou a vez dos alemães.Nunca tive uma imagem muito boa do cinema europeu. Não sei se já falei sobre isso aqui, mas talvez seja decorrente de alguns filmes italianos que minha mãe assistia, não sei ao certo. O fato é que até pouco tempo não me atrevia a me aventurar pelos filmes do Velho Continente.Porém depois de Deixa Ela Entrar perdi esse preconceito infundado e percebi que nem tudo gira em torno de filmes norte-americanos.Talvez essa visão USA - centrista se deva também ao nível pífio do nosso cinema, que nos força a buscar fora o que não se acha aqui. Essa também é outra visão que mudou após o belíssimo Apenas o Fim. Ou seja, com isso tudo aprendi que determinados filmes merecem uma chance independente de sua origem.
Como disse anteriormente, o cinema alemão se mostrou uma grata surpresa. Tudo começou com Das Experiment, do qual falarei em outra ocasião; depois veio Corra Lola, Corra e, por fim, Adeus Lenin! ( ainda tenho outros filmes alemães na minha lista como Edukators e Die Welle). Porém nesse texto vamos nos focar no maravilhoso Adeus Lenin!. Já percebeu que eu não consigo guardar minhas preferências pro fim do texto, né?
A história é ambientada em Berlim, na Alemanha Oriental em 1989. Tudo se inicia alguns anos antes desta data, quando conhecemos Alexander Kerner (Daniel Brühl) ainda criança, sua irmã e sua mãe Christine Kerner(Katrin Sab). Abandonada pelo marido, a srª Kerner começa a se dedicar a obras assistencialistas associadas ao governo. O tempo passa e agora nos encontramos no ano de 89, poucos meses antes da queda do muro de Berlim. Após um determinado incidente a mãe de Alex sofre um enfarte e entra em estado de coma. Muita coisa acontece, inclusive a tão famosa queda do muro; o socialismo entra no seu derradeiro declínio e após muito meses ela desperta. Porém o médico faz um alerta a Alex e sua irmã, a mãe deles não pode ser submetida a fortes emoções, pois corre o risco de um novo problema. Como evitar sustos quando se desperta em um mundo totalmente oposto ao que se vivia? E essa é a tarefa que Alex busca desempenhar: Evitar a todo custo que a mãe descubra o declínio do regime socialista.
Uma visão totalmente divertida e comovente do fim do regime social em uma Alemanha dividida. Na verdade muita gente se confunde na interpretação das coisas. O muro dividia apenas Berlim e não toda a Alemanha, porém aquela divisão era um símbolo da fragmentação em que aquela nação se encontrava. Desde a busca desesperada por rótulos de produtos extintos até convencer velhos amigos da família a fingir que tudo continua como antigamente, a saga de Alex sustentando uma grande farsa é bem interessante. Ele conta com a ajuda de seu colega de trabalho, um cineasta aspirante, que o ajuda na confecção e edição de material audiovisual, o que nos oferece momentos bem engraçados. Além de tudo isso ainda conhecemos Lara, uma jovem pela qual Alex se interessa desde a primeira vez que viu.
Com uma trilha sonora de fazer os ohos brilharem (Yann Tiersen faz um papel brilhante com músicas como Summer 78, simplesmente emocionante, amo trilhas fundamentadas no piano) um desenvolvimento envolvente e cativante, Adeus Lenin! É uma ótima história sobre relacionamentos, além de ser o retrato de uma época. Super indico!

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