segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Joyeux Noël

Gênero: Guerra/Drama
Direção:Christian Carion
Ano: 2006



A temática natalina sempre foi de muita utilidade na produção de filmes. Em especial, no mês de dezembro, somos bombardeados com centenas de produções que tentam transmitir a empolgação do Natal, alguma lição de moral e ,geralmente, se encerram com todos ao redor de uma mesa farta desfrutando de uma saborosa ceia. Entre tantos filmes, geralmente associados ao gênero de comédia, tenho que destacar este ótimo drama de guerra chamado Joyeux Noël (Feliz Natal em francês), lançado em 2006. Fui atraído inicialmente por dois nomes no elenco: Diane Kruger, de Bastardos Inglórios e Daniel Brühl de Adeus Lenin!.
A trama se passa em 1914, na França,  início da Primeira Grande Guerra. As trincheiras separam soldados de três nacionalidades. Encontramos franceses, escoceses e alemães. Em meio ao caos e insanidade das batalhas, o Natal de 1914 serviu como elo de ligação de três classes tão distintas, que deixaram de lado suas diferenças e se uniram sob o espírito de fraternidade.
 Parece absurda a ideia de que inimigos confraternizem juntos, porém o maior absurdo é o fato das pessoas ceifarem vidas alheias em uma guerra de interesses plenamento políticos, enquanto os governantes apenas assistem de camarote o andamento da história. Absurdo é desenvolver um misto de ódio e desespero em meio aos campos de batalha de modo a levar pessoas normalmente pacíficas a se matarem mesmo que nunca tenham se visto antes. Parece que pouco tem se questionado acerca do valor de uma vida e chegamos ao ponto de considerar aceitável a morte pelos motivos mais banais. A história desses combatentes que deixaram de lado suas diferenças em prol de uma causa muito maior é uma verdadeira aula de humanidade.
Temos os conflitos pessoais de cada personagem, seja o oficial francês que não consegue contato com sua mulher ou o reverendo escocês que auxilia os soldados feridos.O fato de descobrir que o filme foi baseado em relatos reais é incrivelmente surpreendente, tudo parece muito utópico em meio ao desgate e a carnificina de uma guerra de proporções tão imensas.Joyeux Noël serve, sobretudo, pra nos lembrar que antes de sermos cidadãos franceses, escoceses, alemães ou brasileiros, todos somos seres humanos e isso é o que deve prevalecer em nossas relações.Se você está em busca de um filme de guerra focado nas batalhas, está claro que esta não deve ser sua opção. Entretanto, como um modo de apreciar o lado humano tão negligenciado nas produções de gênero, esta é uma boa oportunidade. Ótimo, recomendo.



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