Rascunhos [10] {Edição Especial}

Chegamos na edição 10 dessa que é a única uma das poucas ideias de séries que eu consegui manter. Aguardem novidades em breve, isso tem tudo pra mudar por aqui.
As pessoas, de um modo geral, tem uma certa fixação quando algo chega na décima, centésima vez ou algum outro número terminado em 0, como se isso obrigasse a realização de algo especial. "Só se completa 50 anos uma vez na vida", dizem. Eu digo que da mesma forma ocorre com 51, 52 ou 53! Divaguei demais, né? Então vou atender ao clamor mundial e comentar sobre 10 FILMES! Não se acostumem com isso, será um fato isolado (já estou até arrependido disso).
Nessa edição temos:

1. Esquadrão Classe A (2010)
2. O Mundo Imaginário do Dr. Parnassus (2010)
3. Megamente (2010)
4. Contra o Tempo (2011)
5. Sucker Punch - Mundo Surreal (2011)
6. Camisa de Força (2005)
7. A Lenda do Pianista do Mar (1998)
8. Par Perfeito (2010)
9. Pequena Miss Sunshine (2006)
10. Paranóia (2007)

Esquadrão Classe A (2010)
Ação/Aventura

Se você quer ação desenfreada, mas com ótimas pitadas de humor, Esquadrão Classe A é a pedida certa. Com um elenco carismático, o filme nos leva a um grupo de militares com personalidades bem distintas, composto por Hannibal (Liam Neeson, de Desconhecido) B.A. Baracus (Quinto Jackson), Cara de Pau (Bradley Cooper, de Se Beber, Não Case) e Murdock (Sharlto Copley, do ótimo Distrito 9), que caem em uma cilada e vivem uma série de situações absurdas ( destaque pra cena do tanque de guerra) em busca de provas que inocentem o bando. Uma ótima indicação pra reunir a galera de noite, com aquele balde de pipoca e diversão garantida.

O Mundo Imaginário do Doutor Parnassus (2010)
Aventura/ Fantasia

Não dá pra desvincular esse filmes da imagem do Heath Ledger, afinal foi sua última, e incompleta, produção, visto que ele faleceu antes do fim das filmagens. Se você realmente escolher entrar na mente do Doutor Parnassus, é bom que esteja pronto pra uma viagem pelo surreal do modo que apenas o diretor Terry Gilliam é capaz de conduzir, algo bem semelhante ao que vi em As Aventuras do Barão de Munchausen (1988), também assinado pelo diretor. A história segue a luta do Doutor Parnassus e sua trupe itinerante de teatro. Há muitos anos o Doutor fez um acordo com o diabo, que lhe concedeu a imortalidade, porém a um alto preço:  a alma de Valentine (Lily Cole), sua filha, quando a moça completar 16 anos. O personagem interpretado pelo Ledger surge de modo misterioso na trama e pode ser a chave para a conclusão da história. Definitivamente não é um filme indicado para todos, mas se você for fã de fantasia na sua forma mais psicodélica, pode gostar. É legal também ver o modo como driblaram a ausência do Heath e conseguiram terminar tudo de modo digno. Destaque pra pequena participação do Johnny Deep, não consigo mais olhar pra ele e não enxergar o Capitão Sparrow!

Megamente (2010)
Animação/Ação

Se mostrando uma animação divertida e inteligente, Megamente conseguiu me fazer rever os conceitos com relação ao trabalhos da Dreamworks. Entretanto sou obrigado a deixar algo bem claro: divertido não é sinônimo de engraçado {ao menos na minha concepção}, e talvez essa tenha sido a principal falha dessa produção. Megamente é um vilão que conseguiu, finalmente, cumprir sua principal missão, que é derrotar o seu principal oponente, o herói Metro Man. Porém, depois de tal façanha, o vilanesco personagem se vê numa vida sem perspectiva e interesse, até que bola um plano para a formação de um novo herói, alguém que dê novamente sentido pra sua existência. Qualquer referência ao Superman NÃO é mera coincidência, desse modo a animação conseguiu construir um argumento interessante mesclando referências à cultura dos quadrinhos com uma trilha sonora composta por clássicos do rock, como Welcome to Jungle, do Gun's Roses. Mas é isso que já comentei anteriormente, como ação/aventura é ótimo, mas senti falta de dar algumas boas risadas enquanto assistia.

Contra o Tempo (2011)
Ficção Científica/Suspense

Minhas expectativas eram moderadamente boas com Contra o Tempo. Segundo filme do diretor Duncan Jones, que já tinha dirigido a excelente ficção científica Lunar, a produção prometeu mais do que me ofereceu, ao fim de tudo. No plot, um soldado(Jake Gyllenhaal, de Príncipe da Pérsia) é inserido em um programa governamental que, aparentemente, o transporta ao passado com o intuito de investigar um atentado criminoso em um trem. A história se complica pelo fato de que o protagonista consegue passar apenas 8 minutos nessa realidade diferente, depois disso sendo realocado novamente para o início da situação pra, mais uma vez, viver outros 8 minutos desse modo. Dentro disso tudo temos tempo para um interesse romântico fadado a um trágico final. Não sei se devido ao esquema rápido de repetição, mas não consegui me afeiçoar aos personagens ou ficar apreensivo como deveria. No fim foi apenas mais um filme  com alguns furos na explicação da trama. Poderia terminar diferente.

Sucker Punch - Mundo Surreal (2011)
Aventura/Fantasia

Vontade terrível de apagar isso aqui da minha mente! Sabe quando você espera muito de alguma coisa e ela consegue destruir sua empolgação em poucos minutos? Pois bem, o nome disso é Sucker Punch. A história que pretendia mostrar a imaginação extremamente fértil da protagonista, uma garota internada em um sanatório, que precisa desesperadamente fugir do local antes que seja lobotomizada, parece mais uma colcha de retalhos feitos com clipes musicais regados a muito slow motion, marca característica do diretor Zack Snyder (Madrugada dos Mortos, 300), que, não como coincidência, dirigia clipes musicais antes da carreira cinematográfica. Acontece que o que funcionou em 300, falhou miseravelmente em Mundo Surreal (subtítulo nacional). O roteiro é confuso e não empolga em momento algum, apesar de toda a ação com dragões, robôs e samurais armados que lutam contra belas jovens (tinha como isso dar errado? Pois é, mas deu!). A melhor parte de todo esse auê são os curtas animados criados para explicar melhor cada um dos "mundos de fantasia", você pode encontrar eles facilmente no youtube. Uma estrela pelos efeitos especiais, não tem como negar que eles são bem feitos, a outra por toda a ambientação nas cenas de ação. E só.

Camisa de Força (2005)
Ficção Científica/Suspense/Drama

Se você for claustrofóbico, passe longe desse aqui! Quantas vezes se pode morrer? Jack Starks (Adrien Broody, de Vigaristas) provavelmente terá uma resposta diferente da convencional. Ele é um veterano da Guerra do Golfo, que volta para sua terra natal e é acusado de um crime bárbaro. Sentenciado a pagar sua pena em um hospital psiquiátrico, Starks é inserido pelo dr. Becker em um tratamento experimental que fornece ao detento, de um modo incomum, a chance de mudar o seu futuro. Com uma trama bem amarrada, boas atuações do Broody, da Keira Knightley e do Daniel Craig (realmente se destacou aqui), Camisa de Força é um ótimo filme que nos fornece um drama com uma boa dose de reflexão, sintetizada de modo simples no questionamento de um personagem - quanto tempo nós temos?

A Lenda do Pianista do Mar (1998)
Drama/Fantasia

Toque, toque, toque! O ator Tim Roth (Mr. Orange em Cães de Aluguel) está magnífico no papel de um pianista que nasceu em um navio e passa sua vida a bordo da embarcação, cativando amizades e adquirindo rivais de peso. Não tem muito o que falar, é muito bom. Espere por ótimas músicas, um protagonista inspirado e uma das melhores cenas da história do cinema na qual um duelo diferente é travado.

Par Perfeito (2010)
Ação/Aventura/Comédia

Acho que já dá pra criar uma subcategoria de filmes chamada "meu namorado/marido é um assassino e eu não sabia". Depois do sucesso de Sr. e Sra. Smith (2005), com Brad Pitt e Angelina Jolie mandando bala pra tudo quanto é lado,  uma série de obras semelhantes surgiram, como Encontro Explosivo (2010) e Par Perfeito (2010). Acontece que o filme em questão não consegue ter o ótimo roteiro do primeiro exemplo, por isso nem a boa química entre os atores o salvou de se tornar um fiasco. Jen (Katerine Heigl) é uma técnica em computadores que conhece o misterioso Spencer (Ashton Kutcher), com o qual acaba se relacionando. O que ela não sabe é que seu par é um assassino contratado pelo governo e que está com a cabeça posta a prêmio. A história vai se desenrolando sem muita explicação, apenas uma sucessão de cenas corridas que terminam em uma conclusão altamente furada. Não sei explicar, acho que ficaram com preguiça de criar um final decente.

Pequena Miss Sunshine (2006)
Aventura/Comédia/Drama

Retratando a realidade de uma família caótica, onde cada integrante possui seus próprios fracassos pessoais, Pequena Miss Sunshine é uma verdadeira pérola no mundo cinematográfico. Indicado para quatro categorias do Oscar, venceu duas: Melhor Roteiro Original e Melhor Ator Coadjuvante (Alan Arkin).
A jovem Olive (Abigail Breslin) é classificada pra um concurso de beleza infantil, o que mobiliza toda sua família em uma verdadeira odisséia rumo ao local da competição. Temos espaço no carro para um pai profissionalmente fracassado, um tio com tendências suicidas, um avô usuário de drogas, e por aí vai. Todos se envolvem pra que a desajeitada Olive alcance o seu objetivo, talvez em uma vã esperança de que o sucesso da garota suplante os problemas de cada um. A indicação da Abigail pra categoria de Melhor Atriz Coadjuvante é totalmente justificada. Destaque também pra ótima música presente na trilha sonora chamada "The winner is".


Paranóia (2007)
Thriller/Suspense

Juro que não me proponho a comentar outros 10 filmes tão cedo! Meus neurônios entraram em curto. Paranóia vem fechar esse desafio. Estrelado por Shia LaBeouf (Transformers), o longa conta a história de Kale, um jovem atormentado por um acidente de carro e que, após apresentar comportamento agressivo na escola, é sentenciado a prisão domiciliar. Lá ele passa a observar melhor seus vizinhos pela janela, sejam crianças viciadas em filmes pornográficos ou a nova e bela vizinha (Sarah Roemer) que apareceu recentemente. Contudo, sua vida muda quando passa a desconfiar que seu pacato vizinho seja um famoso psicopata procurado pela polícia. É o típico thriller adolescente com um casal principal, aquele cara que faz o papel do amigo engraçado, entre outros clichês, mas que cumpre o que promete. Mais um forte candidato pra noite da pipoca com refrigerante!